27 de junho de 2011

Nokia N9: a diferença está nos detalhes

Eis uma verdade: os smartphones ficam cada vez mais parecidos. Muito em breve, salvo algumas exceções, todos terão tela sensível ao toque, Bluetooth, Wi-Fi, câmeras com resoluções melhores (no mínimo 5 megapixels), loja de aplicativos, redes sociais a um clique, multitarefas e, pasmem: telefone celular! Nunca na história dessa indústria – parafraseando nosso ex-presidente) os detalhes fizeram tanta diferença. E é por aí que a Nokia decidiu atacar ao anunciar o seu N9, uma aposta ousada, apesar de não rodar Android nem Anna, o novo Symbian.

O N9 aposta alto no som – e cá entre nós, quem aí pára para prestar atenção neste item, embora seja de suma importância? O aparelho usa tecnologia Dolby Digital Plus que, segundo a Nokia, proporciona uma experiência única de som (para confirmar, só testando), além do Dolby Headphone, o que, ainda segundo a Nokia, proporciona uma experiência de som ambiente para qualquer conjunto de fones de ouvido.

Além do sistema MeeGo (1.2 Harmattan), até agora só usado pelo N900 (que pecou, e feio, pelo tamanho), o N9 tem um design diferenciado, o que também pode atrair. A tela Amoled, de incríveis 3,9 polegadas capacitiva (UFA!) e sem tecla física alguma, tem proporção widescreen (16:9), possui uma ligeira curvatura, o que faz uma diferença (para melhor) no formato e, possivelmente, na “pegada”. Além disso, quem tem filhos arteiros (meu caso) pode ficar um pouco mais tranquilo porque o modelo traz tecnologia resistente a arranhões (no caso, a Corning Gorilla Glass), outra tendência já aplicada pela Motorola em modelos como o Defy.

O N9 também é um equipamento parrudão: usa processador de 1Ghz, tem 1GB de RAM e será vendido com 16GB ou 64GB de memória interna, um salto considerável. Outro diferencial é uma câmera de gente grande: 8 megapixels com autofoco, lente Carl Zeiss e flash dual LED. O modelo ainda filma em HD (720p). No vídeo oficial do produto, a Nokia mandou muito bem ao afirmar que não são os 8MP que importam para a maior qualidade da câmera, e sim o uso das lentes Carl Zeiss – o que, cá entre nós, é fato. Muitos aparelhos xing ling trazem câmeras com resoluções de até 12 megapixels, mas a qualidade das imagens deixa a desejar.

Na parte de semelhanças com a concorrência, o N9 não deixou de fora tecnologias sem fio que estão virando padrão no mercado, como a NFC (Near Field Communication), que permite ao usuário compartilhar imagens e vídeos entre aparelhos, isso sem falar no óbvio mas imprescindível Bluetooth.

Um detalhe interessante é que no comunicado oficial que fez à imprensa durante o lançamento, a Nokia fez questão de ressaltar que a “a estrutura do N9 é feita com a melhor engenharia atual, em material policarbonato, o que possibilita um desempenho superior da antena frente aos aparelhos similares da concorrência. Isso significa uma melhor recepção, maior qualidade de voz e um número menor de ligações perdidas”. É claro que foi uma espetada direcionada à Apple e o comentado defeito na antena do iPhone 4, que na prática não faz assim tanta diferença.

A Nokia continua apostando no Mapas, acessível em modo offline. Diga-se de passagem, o aplicativo (agora, OVI Mapas) sempre se mostrou uma alternativa bastante interessante. O N9 oferece navegação gratuita para veículos e pedestres, com orientações por voz de mapas e um aplicativo exclusivo Drive para uso dentro do carro, o que transforma o aparelho num navegador GPS, concorrendo também com aparelhos voltados exclusivamente para este fim (a Motorola tem alguns).

Outra diferença legal do N9 é o uso de três telas iniciais e interface baseada em “swipes” – o que permite ao usuário alternar entre os aplicativos abertos e fechados de forma mais rápida e intuitiva. Ah sim: nunca esqueçamos da importância do suporte a HTML 5, além do Flash, o que sempre conta a favor dos detratores da Apple.

Muitos ainda se perguntam por que motivo a Nokia continua insistindo em usar o MeeGo e o Symbian. Amigos, ela está apostando nas diferenças – no caso do N9, a sensação é de que o modelo quer testar o mercado e os gostos dos fregueses, visando a melhorias nos produtos futuros, principalmente nos Windows Phone. Ainda estou testando o E7 e confesso que a interface ainda é bem tranquila (ainda mais para quem usou Symbian durante muito tempo), o que atrapalha um pouco é a interface da OVI. Neste caso em especial, a diferença pesa contra. No caso do N9, as muitas diferenças só podem pesar a favor.

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